Visita de militares americanos à Bielorrússia marca nova aproximação com Washington

A visita de militares americanos à Bielorrússia durante exercícios militares russos marca aproximação entre Washington e Minsk em contexto geopolítico delicado.

A visita de militares americanos à Bielorrússia surpreendeu o mundo ao ocorrer durante os exercícios militares conjuntos entre Minsk e Moscou. Dois oficiais dos Estados Unidos estiveram presentes no campo de treinamento onde se desenvolvia o exercício “Zapad-2025”, em um momento delicado das relações internacionais.

Surpresa no exercício militar Zapad-2025

O Ministério da Defesa da Bielorrússia destacou a presença inesperada dos militares norte-americanos em comunicado oficial. Além disso, o ministro Viktor Khrenin recebeu os oficiais com cordialidade e lhes garantiu acesso irrestrito às atividades do exercício.



“Mostraremos o que for do seu interesse. O que vocês quiserem. Podem ir lá e ver, conversar com as pessoas”, afirmou Khrenin. No entanto, os oficiais se mantiveram discretos e recusaram declarações à imprensa.

Contexto geopolítico

Em um cenário de crescente tensão entre a OTAN e a Rússia, a visita de militares americanos à Bielorrússia representa um movimento estratégico. A aproximação acontece dois dias após a Polônia derrubar drones russos em seu território, o que indica uma escalada na região.

Além disso, a Bielorrússia tem sido um parceiro crucial para a Rússia, especialmente desde 2022, quando permitiu o uso de seu território para a invasão da Ucrânia. Portanto, a presença dos americanos sinaliza uma tentativa de Washington de reconfigurar influências na Europa Oriental.



Aproximação entre EUA e Bielorrússia

A visita de militares americanos à Bielorrússia não é um evento isolado. Na semana anterior, John Coale, representante pessoal do ex-presidente Donald Trump, esteve em Minsk para conversas com o líder bielorrusso, Alexander Lukashenko.

  • Lukashenko concordou em libertar 52 prisioneiros políticos, incluindo jornalistas;
  • Os EUA aliviaram sanções sobre a companhia aérea nacional Belavia;
  • Trump planeja reabrir a embaixada americana na Bielorrússia;
  • A aproximação visa promover a reativação da relação econômica entre os países.

Trump, que busca negociar um fim para a guerra na Ucrânia, tem cultivado relações com líderes tidos como adversários do Ocidente. Em uma carta recente enviada por Coale, o ex-presidente demonstrou interesse em fortalecer laços com Lukashenko, apesar das críticas internacionais.

Reações internacionais

Representantes da OTAN e especialistas geopolíticos analisam com atenção esse novo capítulo nas relações entre EUA e Bielorrússia. Embora a visita tenha sido descrita como surpresa, ela reflete uma estratégia mais ampla de Washington.

Em conclusão, a visita de militares americanos à Bielorrússia durante o Zapad-2025 foi um sinal claro de que os Estados Unidos estão expandindo sua influência na região. Esse movimento pode redefinir o equilíbrio de poder na Europa Oriental nos próximos anos.