Os vistos cancelados pelo governo Trump têm gerado grande repercussão no Brasil e no exterior. Essa medida faz parte de uma estratégia política adotada pelo ex-presidente norte-americano como forma de pressionar autoridades brasileiras ligadas ao Judiciário e ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
Sanções políticas e retaliações internacionais
Na manhã desta segunda-feira (22), os Estados Unidos anunciaram uma nova rodada de sanções que resultou no cancelamento de vistos de autoridades brasileiras. A ação visa retaliar decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, aliado de Donald Trump.
Além disso, o governo Trump estendeu as sanções à família de ministros do STF, incluindo a esposa do ministro Alexandre de Moraes, Viviane Barci de Moraes. Portanto, a motivação por trás dos vistos cancelados pelo governo Trump está diretamente ligada a conflitos políticos e posicionamentos judiciais no Brasil.
Ministros do STF afetados pelas sanções
Em julho, Marco Rubio, secretário de Estado da administração Trump, revelou a revogação dos vistos de diversos ministros do STF. A decisão coincidiu com a determinação de Alexandre de Moraes sobre o uso de tornozeleira eletrônica por Jair Bolsonaro. Os ministros impactados foram:
- Alexandre de Moraes
- Luis Roberto Barroso
- Edson Fachin
- Dias Toffoli
- Cristiano Zanin
- Flávio Dino
- Cármen Lúcia
- Gilmar Mendes
Os ministros André Mendonça, Nunes Marques e Luiz Fux não foram incluídos na lista. Além disso, familiares de ministros também foram afetados, embora não tenham sido identificados nominalmente.
Lei Magnitsky aplicada a Moraes e sua esposa
A sanção mais severa foi baseada na Lei Magnitsky, que permite punir estrangeiros por violações de direitos humanos ou corrupção. No caso de Alexandre de Moraes, além do cancelamento do visto, seus bens nos EUA foram bloqueados. Empresas ligadas a ele também enfrentam restrições financeiras. A esposa do ministro, Viviane Barci de Moraes, foi incluída na lista dias depois, perdendo o direito a um visto americano.
Cancelamento de vistos de aliados do governo Lula
Os vistos cancelados pelo governo Trump também atingiram membros do governo federal brasileiro. Em agosto, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, teve seu visto revogado. Outros funcionários ligados ao programa ‘Mais Médicos’ também foram impactados:
- Mozart Júlio Tabosa Sales – secretário do Ministério da Saúde
- Alberto Kleiman – ex-funcionário do governo
Além disso, a esposa e a filha de 10 anos do então ministro da Saúde, Alexandre Padilha, tiveram seus vistos cancelados. Na rodada mais recente, outras autoridades foram incluídas na lista:
- Jorge Messias, advogado-geral da União
- José Levi, ex-AGU
- Benedito Gonçalves, ex-ministro do TSE
- Airton Vieira, juiz auxiliar de Moraes
- Marco Antonio Martin Vargas, ex-assessor
- Rafael Henrique Janela Tamai Rocha, juiz auxiliar
Retaliação após a morte de Charlie Kirk
Além das sanções políticas, o governo Trump também reagiu à morte do ativista conservador Charlie Kirk, ocorrida em setembro. Um médico brasileiro, Ricardo Jorge Vasconcelos Barbosa, teve seu visto negado após postar uma mensagem elogiosa ao assassinato. Ele se retratou publicamente após o caso viralizar.
O que esperar com essas sanções?
Os vistos cancelados pelo governo Trump sinalizam uma escalada nas tensões entre os Estados Unidos e o Brasil. Embora o impacto direto seja sobre os indivíduos afetados, a medida pode influenciar a relação diplomática entre os países. Ainda é incerto se essas sanções continuarão após a transição de governo nos EUA.
Em conclusão, as sanções demonstram como decisões judiciais e políticas no Brasil podem ter repercussões internacionais, especialmente em um contexto de polarização política global.