O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky anunciou uma nova reunião de alto nível com o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, marcada para a próxima semana. O encontro ocorre em um momento crítico do conflito entre Ucrânia e Rússia, com intensificação dos ataques e ausência de avanços nas negociações de paz.
Situação no campo de batalha
Na madrugada de sábado (20), a Rússia lançou um de seus maiores ataques aéreos contra a Ucrânia, utilizando 40 mísseis e 580 drones. O ataque deixou ao menos três mortos e dezenas de feridos, segundo informações divulgadas pelo próprio Zelensky. Além disso, um míssil com munição de fragmentação atingiu diretamente um prédio residencial em Dnipro, agravando ainda mais a crise humanitária no país.
Em retaliação, as forças ucranianas realizaram um ataque com drones na região russa de Samara, matando quatro pessoas. O governador local confirmou o ataque nas redes sociais. Além disso, alvos estratégicos como refinarias de petróleo em Saratov e Novokuibishevsk também foram atingidos, causando explosões e incêndios.
Reunião com Trump e tentativas de paz
Zelensky reiterou que está disposto a dialogar com o presidente russo, Vladimir Putin. No entanto, Moscou rejeitou qualquer possibilidade de reunião direta. Portanto, o presidente ucraniano afirmou que o Ocidente precisa aplicar sanções caso não haja negociações ou um cessar-fogo imediato.
O líder ucraniano destacou que está aberto tanto a reuniões bilaterais quanto a conversas multilaterais. No entanto, ele ressaltou que Putin não demonstra interesse em dialogar. Além disso, Kiev exige garantias de segurança do Ocidente como parte de um possível acordo de paz. Moscou, por sua vez, considera inaceitável o envio de tropas ocidentais à Ucrânia.
Tensão internacional cresce
As ações russas extrapolaram as fronteiras do conflito direto. Por exemplo, três aviões de combate russos violaram o espaço aéreo da Estônia, membro da OTAN. A Rússia negou a invasão, mas o fato aumentou o receio de uma escalada internacional. Paralelamente, a Polônia relatou a passagem de quase 20 drones russos sobre seu território na semana anterior.
Zelensky pediu apoio internacional para combater a ameaça dos drones. Em resposta, ele afirmou que a Ucrânia busca soluções conjuntas com outros países para neutralizar os ataques aéreos constantes.
Avanço russo e resistência ucraniana
O avanço militar russo continua em algumas regiões estratégicas. A Rússia anunciou a captura da localidade de Berezove, em Dnipropetrovsk. Ao mesmo tempo, combates intensos são registrados na região de Kharkiv, especialmente na área de Kupiansk, um importante centro ferroviário recuperado pelas forças ucranianas em 2022.
Por outro lado, o Estado-Maior ucraniano confirmou que realizou ataques contra instalações militares russas em diversas regiões. Além disso, líderes russos como Vladimir Putin têm aparecido publicamente em eventos militares, como os exercícios conjuntos com o Exército bielorrusso em Nizhny Novgorod.
Negociações frustradas e posição intransigente
Apesar de três rodadas de negociações em Istambul, as partes não conseguiram avançar em um acordo de paz. Embora tenham sido feitas trocas de prisioneiros, as exigências russas permanecem inegociáveis. Moscou insiste na completa anexação do Donbass, uma região estratégica parcialmente controlada pelas forças russas.
Por sua vez, o governo ucraniano rejeita qualquer concessão territorial. Além disso, Kiev deseja a presença de tropas europeias como força de paz, uma proposta que Moscou considera inaceitável.
Em conclusão, a reunião entre Zelensky e Trump na ONU pode ser uma nova oportunidade de pressionar pela paz. No entanto, sem uma mudança significativa na postura de Moscou, o conflito tende a se prolongar.